No dia 16 de
janeiro de 2019, a produção do programa “Fantástico” da Rede Globo de Televisão
solicitou à Arquidiocese da Paraíba, a concessão de entrevista sobre uma “investigação
do Ministério Público do Trabalho sobre supostos abusos sexuais cometidos por
padres e o ex-arcebispo da Paraíba, Dom Aldo Pagotto”, por causa da
veiculação que ocorreria no dia 20 de janeiro de 2019 (domingo).
Após a exibição
da matéria, foi constatado que a equipe de reportagem teve acesso pleno ao
Procedimento Preparatório instaurado pelo Procurador do Trabalho, Eduardo
Varandas.
A matéria
informou a existência de decisão judicial de primeira instância, incluindo
documentos e depoimentos exibidos e interpretados, respectivamente. Relatou,
ainda, a configuração dos danos morais coletivos, assim como o critério de
fixação do valor da condenação, os quais constam da Ação Civil Pública
promovida na Justiça do Trabalho, e citada na reportagem, apesar do processo
judicial estar sob sigilo e do seu caráter não definitivo.
A Arquidiocese
não recusou apresentar reposta, cumprindo o disposto na legislação, que impõe o
segredo de justiça ao processo judicial mencionado. Entretanto, na matéria
veiculada no dia 20 de janeiro (domingo), o Procurador do Trabalho violou
explicitamente o sigilo ao conceder indevidamente entrevista, inclusive,
atribuindo à Juíza do Trabalho, que prolatou a decisão, a responsabilidade pela
divulgação ilegal de informações protegidas.
O Procurador
Eduardo Varandas afirmou que a magistrada do trabalho enviara para terceiros
estranhos ao processo judicial, cópia integral da sentença de uma ação judicial
que tramita em segredo de justiça, ainda, sequer alçado ao Tribunal Regional do
Trabalho. A Arquidiocese adotará as providências cabíveis perante os órgãos
competentes para apurar responsabilidades pelo flagrante desrespeito à lei e à
ordem jurídica.
Com relação ao
conteúdo da matéria jornalística, a Arquidiocese da Paraíba informa que foi
instaurado o Processo Canônico devido, desde o recebimento da primeira
denúncia, para apuração dos fatos mencionados. Nitidamente, o protagonista da
reportagem, o Eduardo Varandas, pinçou trechos de depoimentos prestados sem o
crivo do contraditório, omitindo deliberadamente as inúmeras contradições dos
depoimentos apresentados perante o Ministério Público do Trabalho e perante a
Justiça do Trabalho, para conferir à matéria o enredo que mais interessava e
tentar condenar previamente a Igreja Católica, sem a devida análise pela
Justiça até a última instância. A Arquidiocese defenderá de forma veemente a
aplicação do direito e confia plenamente na Justiça.
A matéria
afirmou que a Igreja Católica na Paraíba está manchada. A Arquidiocese repele
vigorosamente tal acusação, porque não existe nenhum processo judicial
finalizado com decisão irrecorrível, podendo a sentença ser totalmente
reformada.
Por fim, a
Arquidiocese ressalta que sempre observou e observará pela Fé da comunidade
católica, que estará acima até mesmo de desvios de conduta, reafirmando que
lutará sempre para combater qualquer prática que atente contra a dignidade da
pessoa humana, especialmente daqueles mais vulneráveis.
Dom
Frei Manoel Delson Pedreira da Cruz, OFMCap
Arcebispo Metropolitano da Paraíba
Arcebispo Metropolitano da Paraíba
Assessoria
de Imprensa e Comunicação da Arquidiocese da Paraíba