Leia também

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Esperantinópolis, neste 09 de outubro, perde Professor Luís Santana

Como que uma mãe, a pacata cidade de Esperantinópolis, acolhe seus filhos em seu seio, sejam eles biológicos ou adotivos. Assim, acolheu por muito tempo o professor Luís José de Santana, que se naturalizou Esperantinopense pela comenda de Título Cidadão Esperantinopense, concedido por todos os vereadores da Câmara Municipal através de requerimento aprovada por unanimidade. E assim se procedeu, Luís Santana passou a ser nosso conterrâneo, vindo a trabalhar na Escola Estadual João Almeida, onde prestou serviços lecionando aulas para as mais diversas séries.
Quem não lembra da famosa, estrondosa e exótica voz do professor dizendo que queria os trabalhos escritos a punho e de caneta azul? Quem não temia de apresentar seus seminários de Biologia, com medo de suas perguntas e de refazer o trabalho em uma semana? Traços de um professor carrasco, mas ao mesmo tempo amigável, que queria simplesmente o bem e o aprendizado de seus alunos.
Um misto de gratidão e tristeza perpassa seus alunos, ex-alunos, amigos, colegas de trabalho e a população Esperantinopense neste momento de consternação, assim, me lembro do que a poetisa Esperantinopense Ana Neres escreveu que

“O meu luto não é negro...
É azul da cor do céu!
Pelos dias felizes e luminosos
Que passamos juntos!
(...)
É amarelo da cor preciosa
Dos valores que me ensinastes
A crer e a praticar!
É verde da cor da esperança
De que a vida continua,
De que as lembranças são eternas,
De que quem se ama nunca morre
E sim descansa dos males da vida!”

Lembraremos para sempre deste professor, que com letras garrafais, fez sua história em Esperantinópolis, e na vida de cada aluno para qual lecionou. Lembro-me muito bem que após concluir meu ensino médio, o qual, pelos três últimos anos foi meu professor, sempre que me encontrava na rua perguntava como andavam meus estudos e meu curso de Serviço Social, que assim como todos os outros professores, seria um orgulho e uma honra vê-nos formados, lembrando de sua parcela de contribuição em nossa vida educacional.
Denise, Phelipe, Helena e Luís Santana
Rememorando o que Raimundo Corrêa escreveu em seu livro de memória, MOENDAS E FUSOS, ele recorda aos dias futuros perguntando “Se aqui fizemos história? Só o próprio tempo dirá! ”, revivemos isso e aprovamos, a PRÓPRIA HISTÓRIA, o HOJE nos diz... Você fez história querido Luís Santana, você é a História, está vivo em nossa memória dos dias de tensão de seus trabalhos, e em especial quando sofremos junto a perda de seu filho Phellipe Santana e dos dias felizes em sala de aula.
Hoje caminhas, não mais entre nós e os nossos, caminhas em direção à luz eterna, ao encontro de Nosso Senhor Jesus Cristo, para encontrar seu querido filho Phellipe Santana, que alguns anos atrás partiu desta para o Pai. Aqui ficamos, a saudade perpetua, mas a certeza de que  “Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” (Apocalipse 21.4) nos conforta. Dai-lhes Senhor o descanso eterno. E que a luz perpétua o ilumine. Descanse em paz Professor!



João Israel da Silva Azevedo




Instagram: @joaoiisrael | @paisagensesp