O Brasil tem mais de 2 mil instituições de ensino superior,
mas só 35 (1,6%) delas conseguiram atingir o conceito máximo do Índice Geral de
Cursos (IGC), segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) nesta terça-feira
(18). Por outro lado, 278 faculdades ficaram com conceitos abaixo do limite de
qualidade estabelecido pelo Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior
(Sinaes).
O IGC, assim como os demais indicadores do Sinaes, classifica
as instituições, cursos e estudantes universitários em uma escala de 1 a 5,
sendo que a nota máxima é 5 e as notas 1 e 2 são consideradas
"insuficientes".
O índice é divulgado anualmente, mas é composto pela média de
outros indicadores aplicados nos três anos anteriores. Comparando com o último
ciclo trienal, aumentou o número de instituições com notas 4 e 5 e caiu o
número delas que têm conceito 2 e 3:
Entenda os três principais indicadores do Sinaes:
- Conceito
Enade: Desempenho dos estudantes concluintes dos cursos
de graduação no exame aplicado pelo MEC em ciclos – os cursos são
avaliados uma vez a cada três anos.
- Conceito
Preliminar de Curso (CPC): Indicador dos cursos de
graduação, calculado a partir da nota do Enade e de outras informações,
como uma comparação entre a nota dos estudantes ingressantes e
concluintes, do perfil dos professores e dados do questionário respondido
pelos participantes do Enade. Cada curso tem o CPC calculado a cada três
anos.
- Índice
Geral de Cursos (IGC): É o indicador que avalia as
instituições de ensino superior públicas e privadas (universidades,
centros universitários ou faculdades), calculado com base na média do CPC
dos cursos nos três anos anteriores, além dos conceitos de avaliação da
pós-graduação, que também é trienal
Segundo o MEC, para que uma instituição tenha o IGC
calculado, "é preciso que ela possua ao menos um curso com estudantes
concluintes inscritos no Enade no triênio de referência" e "que tenha
sido possível calcular o CPC desses cursos".
Para o IGC 2017, entraram nos cálculos do MEC 22.271 cursos
com CPC calculados em 2015, 2016 ou 2017.
Instituições com IGC insuficiente
Uma comparação entre o IGC 2017 e o IGC 2014 mostra que, das
278 instituições que tiveram IGC 1 e 2 neste ano, 269 são particulares e 77
também tiveram conceito insuficiente registrado no triênio anterior.
Das nova instituições públicas com nota 2, duas são estaduais
e as demais são municipais. Nenhuma universidade, instituto ou centro de
educação tecnológica da rede federal teve conceito insuficiente, segundo os
dados.
Conceito Preliminar de Curso (CPC)
Em 2017, o CPC avaliou cursos de bacharelado e/ou
licenciatura e de tecnologia em 34 áreas:
- Cursos
só de bacharelado: arquitetura e urbanismo, engenharia,
engenharia ambiental, engenharia civil, engenharia de alimentos,
engenharia de computação, engenharia de controle e automação, engenharia
de produção, engenharia elétrica, engenharia florestal, engenharia
mecânica, engenharia química
- Cursos
só de licenciatura: artes visuais, educação
física, letras - inglês, letras - português e espanhol, letras - português
e inglês, música e pedagogia
- Cursos
de bacharelado e licenciatura: ciência da computação,
ciências biológicas, ciências sociais, filosofia, física, geografia,
história, letras - português, matemática e química
- Cursos
superiores de tecnologia: análise e
desenvolvimento de sistemas, gestão da produção industrial, gestão da
tecnologia da informação e redes de computadores
No total, 10.210 cursos tiveram o CPC divulgado, sendo que 9,5%
ficaram com notas 1 e 2 e, portanto são considerados insuficientes pelo
Ministério da Educação.
Comparando com a última avaliação dessas mesmas áreas, feita
em 2014, a porcentagem de cursos com CPC insuficiente caiu. Segundo dados
atualizado pelo MEC em dezembro de 2017, 7.479 cursos tiveram o CPC calculado e
divulgado, e 12,1% ficaram com nota 1 ou 2.
Colaboração G1