Cada
pessoa que decidir responder a esta pergunta dará a sua resposta, de acordo com
suas necessidades e realidade, pois a felicidade é subjetiva. A ideia de
felicidade não é um fato recente, já que ela é o desejo da natureza humana e
faz parte da história da nossa civilização.
Hoje,
a resposta é induzida pela nossa sociedade de consumo: basta ter para ser
feliz. Esse é o “algoritmo’, que funciona como um impulso neurótico de
aparentar felicidade. Por isso, têm pessoas que julgam que é uma obrigação ser
feliz, mas que acaba se tornando uma fonte de ansiedade.
A
revista americana Personality and Individual Differences publicou um estudo,
apontando que as pessoas materialistas têm a inclinação de serem infelizes.
Jo-Ann Tsang, uma das autoras, disse que nós somos criaturas sociais e nos
focamos nas pessoas de uma forma positiva, mas os materialistas acham difícil
ter gratidão com os outros e por aquilo que eles têm.
É
evidente que a busca da felicidade impulsiona a humanidade, uma vez que ela nos
desafia a lutar, acreditar, ganhar e gastar dinheiro, ter amigos, casar,
divorciar, gerar filhos e conquistar outras oportunidades. Não existe nada de
errado nisso!
Porém,
não há uma receita de felicidade que funcione igual para todo o mundo, visto
que cada pessoa reage à vida de modo diferente. O que existe é o segredo de
como encontrar a felicidade, que foi pensado pela religião, filosofia e
psicologia, que difere da visão materialista de felicidade.
Aristóteles,
filósofo grego, defendia que a felicidade diz respeito ao equilíbrio e a
prática do bem. E para o filósofo indiano Mahavira, a não violência era um
importante aliado para atingir a felicidade plena. Já Confúcio, pensador
chinês, entendia que a felicidade se formava no vínculo entre as pessoas.
O
filósofo iluminista Jean-Jacques Rousseau defendeu que o ser humano era feliz,
mas com o surgimento da civilização havia destruído seu estado original de
harmonia. No sentido de recuperarmos a felicidade primeva, a educação do ser
humano deveria visar o retorno à sua simplicidade originária.
A
psicologia relaciona a felicidade com emoções e atividades positivas. Freud
concluiu que o indivíduo é movido pela busca da felicidade, mas essa busca
seria utópica, posto que para ela existir, não poderia depender do mundo real,
onde a pessoa pode ter experiências frustradas, vivendo uma felicidade parcial.
O
budismo acredita que a felicidade ocorre através da libertação do sofrimento e
pela superação do desejo, através do treinamento da mente. E o cristianismo crê
no amor como elemento essencial na direção da paz em todos os níveis, a fim
alcançar a felicidade individual.
O
pensamento de Sócrates, que foi um dos filósofos mais notáveis da história, tem
uma frase que resume o segredo da felicidade revelado pela religião, psicologia
e filosofia, bem como atesta esse estudo divulgado pela revista americana:
“Aqueles que não estão felizes com o que eles têm, não serão felizes com o que
eles gostariam de ter”.
Enfim,
as nossas necessidades básicas aumentam a cada dia, por conseguinte temos novas
metas de vida. Apesar disso, precisamos ter a consciência de viver a felicidade
no presente, porque o caminho é não ter mais, mas desfrutar mais do que já
temos.
Jackson
César Buonocore Sociólogo e Psicanalista