O assunto político tem tomado
grandes proporções ultimamente. As mídias sociais estão repletas de revoltas
contra os políticos em geral e afirmações extremas sobre os mesmos, o ódio
contra a corrupção que afeta a população é mais do que aceitável, é necessário.
Quando nos perguntamos o porquê
de ser praticamente impossível encontrar um candidato com a ficha limpa bem
posicionado no Brasil, dificilmente obtemos respostas. O problema em geral está
na população. É isso aí, somos nós mesmos, que não apenas tememos o
desconhecido como colaboramos diretamente para a corrupção geral.
Sabe aquele dinheiro que você,
mesmo vendo o rapaz derrubar, botou no bolso correndo antes que ele percebesse
que caiu? Aquele dinheiro que, ao dar o troco, o atendente do supermercado te
passou sobrando e você manteve silêncio e se sentiu satisfeito, sortudo? Àquele
produto que você comprou baratinho mesmo desconfiando que era roubado, àquela
prestação que você espera “caducar” no sistema de proteção de crédito e não
pretende pagar nunca? E aquele dia que você fingiu estar dormindo no banco
colorido do ônibus para não precisar ceder o lugar para a gestante ou o idoso
que entrou? Você entrou pelas portas traseiras do ônibus se sentindo o maioral
e ainda é cheio de desculpas? Pois é. Sabia que os políticos corruptos também
inventam um monte de desculpas para justificar seus atos? Você é tão corrupto e
egoísta quanto os odiosos políticos que você acusa com tanto ardor.
Mas, de onde vem os políticos que
elegemos? Nascem por geração espontânea? Não. São gerados no meio da sociedade,
no meio do povo. Não devemos nos esmerar nas atitudes de “cima” porque elas se
apresentam constantes em todos os lados. Enquanto não nos reconhecermos
corruptos, que usamos desse artifício para que nos beneficiemos, não temos
moral em criticar as atitudes de quem nos representa se não fazemos jus ao que
realmente repudiamos. É a velha lei do “levar vantagem em tudo”: enquanto é
benéfico a mim e a quem tenho, não preciso ponderar e me preocupar. Agora,
quando passa a não me favorecer, vou bronquear, “exigir meus direitos”. Tudo
isso é uma questão de conscientização e autocrítica que devemos aprender a
realizar para que realmente possamos nos comprometer no combate à corrupção.
Para nós, o errado é sempre o outro. Nós somos os justos, castos e probos.
Você sai por ai, esbravejando
contra todos e se sentindo vítima da corrupção que você mesmo alimenta, mas
está sempre tentando levar vantagem em tudo. A diferença entre você e os nossos
políticos é que você tem menos poder. Do contrário, seria mais um se divertindo
com o dinheiro público. Se você aproveita todas as oportunidades, mesmo que
incorretas, para se dar bem nas situações, comece a pensar em suas atitudes
antes de sair acusando por aí. Vamos aprimorar nosso próprio caráter para
garantir melhores pessoas no poder futuramente, a começar por nós mesmos?