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terça-feira, 13 de novembro de 2018

A Sociedade Corrupta Que Reclama Da Corrupção




O assunto político tem tomado grandes proporções ultimamente. As mídias sociais estão repletas de revoltas contra os políticos em geral e afirmações extremas sobre os mesmos, o ódio contra a corrupção que afeta a população é mais do que aceitável, é necessário.
Quando nos perguntamos o porquê de ser praticamente impossível encontrar um candidato com a ficha limpa bem posicionado no Brasil, dificilmente obtemos respostas. O problema em geral está na população. É isso aí, somos nós mesmos, que não apenas tememos o desconhecido como colaboramos diretamente para a corrupção geral.
Sabe aquele dinheiro que você, mesmo vendo o rapaz derrubar, botou no bolso correndo antes que ele percebesse que caiu? Aquele dinheiro que, ao dar o troco, o atendente do supermercado te passou sobrando e você manteve silêncio e se sentiu satisfeito, sortudo? Àquele produto que você comprou baratinho mesmo desconfiando que era roubado, àquela prestação que você espera “caducar” no sistema de proteção de crédito e não pretende pagar nunca? E aquele dia que você fingiu estar dormindo no banco colorido do ônibus para não precisar ceder o lugar para a gestante ou o idoso que entrou? Você entrou pelas portas traseiras do ônibus se sentindo o maioral e ainda é cheio de desculpas? Pois é. Sabia que os políticos corruptos também inventam um monte de desculpas para justificar seus atos? Você é tão corrupto e egoísta quanto os odiosos políticos que você acusa com tanto ardor.
Mas, de onde vem os políticos que elegemos? Nascem por geração espontânea? Não. São gerados no meio da sociedade, no meio do povo. Não devemos nos esmerar nas atitudes de “cima” porque elas se apresentam constantes em todos os lados. Enquanto não nos reconhecermos corruptos, que usamos desse artifício para que nos beneficiemos, não temos moral em criticar as atitudes de quem nos representa se não fazemos jus ao que realmente repudiamos. É a velha lei do “levar vantagem em tudo”: enquanto é benéfico a mim e a quem tenho, não preciso ponderar e me preocupar. Agora, quando passa a não me favorecer, vou bronquear, “exigir meus direitos”. Tudo isso é uma questão de conscientização e autocrítica que devemos aprender a realizar para que realmente possamos nos comprometer no combate à corrupção. Para nós, o errado é sempre o outro. Nós somos os justos, castos e probos.
Você sai por ai, esbravejando contra todos e se sentindo vítima da corrupção que você mesmo alimenta, mas está sempre tentando levar vantagem em tudo. A diferença entre você e os nossos políticos é que você tem menos poder. Do contrário, seria mais um se divertindo com o dinheiro público. Se você aproveita todas as oportunidades, mesmo que incorretas, para se dar bem nas situações, comece a pensar em suas atitudes antes de sair acusando por aí. Vamos aprimorar nosso próprio caráter para garantir melhores pessoas no poder futuramente, a começar por nós mesmos?