Maria Firmina dos Reis nasceu na Ilha de São Luís, no Maranhão, em 11 de março de 1825. Foi registrada como filha de João Pedro Esteves e Leonor Felipe dos Reis. Era reservada, mas acessível, sendo estimada pelos alunos e pela população da vila: toda passeata de moradores de Guimarães (MA) parava em sua porta, ao que davam vivas e ela agradecia com um discurso improvisado.
Em 1859, publicou o romance ‘Úrsula‘, considerado o primeiro romance de uma autora do Brasil. Em 1887, publicou na Revista Maranhense o conto ‘A Escrava’, no qual descreve uma participante ativa da causa abolicionista.
Aos 54 anos de idade e com 34 de magistério, Maria Firmina fundou, em Maçaricó, a poucos quilômetros de Guimarães, uma escola gratuita e mista para meninos e meninas pobres. Conduzia as aulas num barracão em propriedade de um senhor de engenho, à qual se dirigia toda manhã subindo num carro de boi.
A acadêmica Norma Telles classificou a iniciativa de Maria Firmina como “um experimento ousado para a época”.
Maria Firmina dos Reis participou da vida intelectual maranhense: colaborou na imprensa local, publicou livros, participou de antologias, e, além disso, também foi música e compositora.
A autora era abolicionista: ao ser admitida no magistério, aos 22 anos de idade, sua mãe queria que fosse para receber a nomeação de palanquim (uma espécie de cadeira portátil que tinha como carregadores escravos), mas a autora optou por ir a pé, dizendo a sua mãe: “Negro não é animal para se andar montado nele”. Chegou também a escrever o ‘Hino da Abolição dos Escravos’.
Mas a primeira romancista brasileira que lecionava para os pobres e era contra a escravidão não foi reconhecida na época. Maria Firmina dos Reis morreu, cega e pobre, aos 92 anos, na casa de uma ex-escrava, Mariazinha, mãe de um dos seus filhos de criação.
Maria Firmina é a única mulher dentre os bustos da Praça do Pantheon, que homenageiam importantes escritores maranhenses, em São Luís.